quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Seu nome era Carlos. Menino ativo, de olhinhos brilhantes, altamente esperto. Sempre falava no seu aniversário. Dizia que queria muitos, muitos balões. Tinha que ter nas paredes, no chão, nas mesas e até nas cadeiras. Redondos, brilhantes e coloridos. E tinha que ter também aqueles com gás para subirem até o céu para que ele pudesse vê-los se juntando às estrelas...
Mas Carlos, pouco antes de completar seus 6 aninhos sentiu-se mal.
No hospital constataram que teria menos de 7 meses de vida devido a um câncer em estágio final.
A corrida para salvá-lo foi desesperadora. Todos se abateram e viram que mesmo assim Carlos não deixava de sorrir e sonhar com sua festa de aniversário. Infelizmente faleceu.
Fui contratada para fazer uma revoada de balões coloridos para o enterro de Carlos.
A emoção floresceu quando sua mãe lhe disse: " Filho, contigo sobem estes balões que tanto querias. Vão todos juntos ao encontro dos anjinhos como você. Lá o Menino Jesus cantarás Parabéns a Você acompanhado pela legião dos anjos. Vá filho meu, pois aqui verei que os balões que tanto querias estão lá no céu, como as estrelas que brilham toda a noite, alegrando meu coração pois sei que entre elas está você."
Nesse momento soltei os balões coloridos...
Uma imagem que ficou guardada e palavras que estarão sempre me acompanhando. Momento único.
Não conheci Carlos mas sei que os seus poucos anos de vida foram exemplos de alegria.
A vida é ambígua e constante.
Trabalho com balões para a alegria de aniversariantes e convidados e nunca pensei que um dia os balões coloridos, brilhantes, redondos serviriam para um momento tão bonito e triste ao mesmo tempo.
Sempre, todos os dias, rezo por Carlos. Tenho a certeza de que ele está lá em cima, com um balão na mão, sentado sobre uma estrelas, sempre sorrindo como disse sua mãe.

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